5.8.06

Isso é puro marketing!

Isso é puro marketing!
Pense e responda. Quando alguém fala: Isso é puro marketing!
O que você entende?
Perguntei a algumas pessoas o que entendiam quando ouviam essa expressão, veja algumas das respostas:

“O marketing certamente é uma ferramenta estratégica de mercado que muito auxilia as empresas na retomada da sua imagem, mas quando a frase é "isso é puro marketing", penso imediatamente em algo que está diretamente relacionado apenas à forma como está se vendendo a idéia ou produto, mas que o conteúdo propriamente dito, não atende aos padrões desejados pelo cliente, em outras palavras é "pura enrolação", "a barca é furada".Assim, esta afirmação sugere falta de ética na relação com o consumidor, pois certamente ele será surpreendido, com algo que não atende às suas expectativas, enfim deixou-se levar pela força do marketing. Como esta estratégia atende aos anseios do capital, o lucro é obtido, existem muitas empresas que adotam estratégias desta natureza.”
“As pessoas estão sempre associando marketing com alguma ação que vise induzir uma imagem pré-fabricada; uma manipulação da realidade por parte do marketeiro; uma tentativa de mostrar algo ruim, como algo bom.”
“Vem à minha mente a idéia de que o fato não é real, foi forjado para vender ou convencer o publico alvo de algo que se deseja.”
“Entendo que a verbalização “isso é puro marketing”, demonstra a frustração ou desconfiança do consumidor com relação à publicidade de algum produto ou serviço. Na verdade a expressão correta deveria ser “isso é pura publicidade”, pois como sabe o “Marketing” envolve muito mais que propaganda.”
“Algo que é "puro marketing", na minha opinião, é nada além da sua imagem. Em outras palavras, o "algo" que se nos apresenta não corresponde efetivamente ao que se espera que ele represente, forma e conteúdo não guardam a presumida correspondência. Com menos precisão, e mais comunicação: algo que é "puro marketing" é "pura enrolação"!”
“Que não é eficaz, que é só propaganda, ou seja, propaganda enganosa”.
“Aparentemente causa uma má impressão, é como se a pessoa estivesse mentido a respeito de determinada coisa, querendo apresenta qualidades excessivas da mesma”.
“Inicialmente algo para enganar o cliente”.
“Entendo como propaganda. Às Vezes, dependendo da forma como é expressa dá a impressão de algo com o objetivo de enganar”.
“Mais uma forma de iludir e induzir”
“Propaganda enganosa”
" ‘isso é só fachada’, não tem conteúdo.... ou melhor, é uma atitude atraente, mas que não condiz com a realidade”
Você concorda com essas análises? Espero que não. Infelizmente todos estão totalmente equivocados sobre a expressão: Isso é puro marketing!
Outro dia ouvi nos corredores da universidade um aluno comentando que alguns professores criticam a discussão de assuntos como “A teoria do cocô” (tema abordado em outra matéria minha), dizendo que essa coisa de marketing é apenas enrolação, na verdade, infelizmente, esses professores, alguns até da área de administração, que deveriam estudar marketing, não entendem o que é marketing. Efetivamente nunca entenderam o conceito. Marketing, finanças, recursos humanos, produção, mercado de capitais, sistemas de informações e tantas outras áreas de estudo em administração são sempre correlatas e não excludentes ou concorrentes.
Marketing é, acima de tudo, ética, respeito com o consumidor. Kotler conceitua marketing como sendo a arte de conquistar e manter clientes, para que o cliente seja conquistado é até possível se utilizar de artifícios de enganação e fazer com que o cliente caia na arapuca, mas para manter o cliente, somente fazendo um trabalho sério é que alcança bons resultados. Se a ação da empresa não está sendo correta no sentido de conquistar os clientes, pode ter certeza que alguma disfunção nas estratégias de marketing está ocorrendo, ou simplesmente quem faz o marketing da empresa ainda não entendeu o princípio. Uma pessoa que foi enganada não vai querer comprar novamente naquela empresa.
Em período de campanha eleitoral é comum ouvir essa expressão nas ações de diversos candidatos. Algumas pessoas assistem ao programa eleitoral gratuito e comenta que é puro marketing. Na verdade é propaganda enganosa. Propaganda enganosa é crime e não ação de marketing.
De hoje em diante a expressão: “Isso é puro marketing”. Deve soar em seus ouvidos como sendo: Isso é um trabalho sério; Isso é honesto; Isso é ético ... ou então faça um favor ao interlocutor da frase e corrija-o explicando o que é marketing para que o mesmo não continue a dizer equívocos sobre o que não sabe.

4.8.06

Espionagem no Comércio

Como descobrir os problemas de atendimento existentes na própria empresa? Como saber o que fazem os concorrentes para ganhar os clientes? Essas e outras perguntas ficam no ar para muitos empresários, principalmente de empresas do varejo, que lidam diretamente com o cliente e em muitos momentos acabem perdendo o controle do contato direto com o cliente.

Mas com a alta competitividade e briga acirrada no dia a dia do comércio foi incrementado um dispositivo valioso para testar o atendimento dos vendedores, caixas, crediaristas, empacotadores, entregadores, repositores, balconistas e até gerentes das lojas onde se pode medir, tecnicamente, o nivel do atendimento prestado aos clientes e saber se as coisas andam bem ou não. É o “Cliente Secreto” onde um pesquisador treinado por empresas especializadas se passam por clientes e avaliam o desempenho da empresa e do funcionário no atendimento que é prestado aos clientes.

Toda essa preocupação com o nível do atendimento aos clientes se prende ao fato de que, já se é notório, cerca de 80% dos motivos da perda de clientes está relacionado a algum tipo de mau atendimento que foi prestado. E mais, custa entre 5 a 6 vezes mais caro se conquistar um novo cliente do que manter um cliente antigo.
Com isso as empresas iniciaram um processo de reciclagem de seu pessoal utilizando como artifício de base para a tomada de decisão o “Cliente Secreto”. A máxima de que “o vendedor que vende mais é o bom, e o que vende menos é ruim” tem deixado de ser verdade a muito tempo. Infelizmente muitos “bons” vendedores que muitas vezes tiram o primeiro lugar em venda são os que mais geram problemas com os colegas da equipe e muitas vezes são campeões de maus tratos com os clientes.
Algumas empresas ainda utilizam esse recurso para saber como anda o nível do atendimento aos clientes do seu concorrente, isso mesmo, monitoram o concorrente à distância colocando “clientes secretos” para serem clientes dos concorrentes e detectando o que acontece nos diversos momentos verdades que o cliente passa. Essas informações servem para que a empresa possa se posicionar diante do mercado e planejar o que deve fazer quanto ao seu serviço oferecido aos clientes. Se a concorrência oferece melhores vantagens e atende melhor, o cliente vai embora... esse é o mercado.
Segundo Sun Tzu em seu livro “A Arte da Guerra” disse que “se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas...”
A empresa que desejar continuar firme no mercado precisa se antecipar e rever os problemas existentes em suas equipes. O mundo comercial vive a era do cliente, e o cliente que não for bem atendido não volta mais, e o pior, conta a outros 10 clientes do mau atendimento que recebeu naquela loja.

Para ser um bom Administrador, tem que ser empreendedor

Empreendedorismo, empreendimento, empreender... são palavras que cada vez mais ocupam os espaços nas reuniões de planejamento de muitas organizações. Não somente as que estão focadas em lucratividade, mas para todas as instituições que sabem que necessitam do resultado para dar prosseguimento aos seus objetivos.
Mas afinal o que é empreendedorismo? O economista austríaco Schumpeter (1934) associa o empreendedor ao desenvolvimento econômico, à inovação e ao aproveitamento de oportunidades em negócios.
Segundo Fernando Dolabela: "É uma livre tradução que se faz da palavra entrepreneurship. Designa uma área de grande abrangência e trata de outros temas, além da criação de empresas.• Geração do auto-emprego (trabalhador autônomo);• Empreendedorismo comunitário (como as comunidades empreendem);• Intra-empreendedorismo (o empregado empreendedor)• Políticas públicas (políticas governamentais para o setor).
Exemplos do que seja um empreendedor:• Indivíduo que cria uma empresa, qualquer que seja ela;• Pessoa que compra uma empresa e introduz inovações, assumindo riscos, seja na forma de administrar, vender, fabricar, distribuir, seja na forma de fazer propaganda dos seus produtos e/ou serviços, agregando novos valores;• Empregado que introduz inovações em uma organização, provocando o surgimento de valores adicionais.• Contudo, não se considera empreendedor uma pessoa que, por exemplo, adquira uma empresa e não introduza nenhuma inovação (quer na forma de vender, de produzir, quer na maneira de tratar os clientes), mas somente gerencie o negócio."
Esse último tópico citado por Dolabela é muito importante para se entender o que de fato é empreender. Um empresário pode não ser empreendedor, na verdade muitos não são. Muitas empresas são herdadas ou iniciadas sem qualquer tipo de diferencial no mercado. Os analistas de créditos e gerentes de bancos afirmam que existe muito capital que não é emprestado pelo simples fato das pessoas não conseguirem colocar idéias inovadoras nos projetos de solicitação de empréstimo.
Muitos planos de negócios para a montagem de fábrica de velas ou de vassoura chegam diariamente nos setores de créditos e são rejeitados. Não é que uma nova fábrica de vela ou vassoura não possa ser montada, mas o banco precisa perceber que existe algo inovador no projeto para acreditar que vai dar certo. Falta empreendedorismo.
Por outro lado muitos funcionários de empresas demonstram, que apesar de não ter tido, ainda, a oportunidade de gerir seu próprio negócio sabem empreender onde estão atuando.
O empreendedorismo é algo nato ou pode ser adquirido, apreendido?
Com certeza algumas pessoas já nascem com uma maior facilidade para ser criativo e colocar suas idéias para funcionar. Pessoas que tem coragem de fazer de novo caso sua idéia não venha a dar certo da primeira vez. Todavia o empreendedorismo é algo que pode ser adquirido com a vontade da pessoa em mudar, em querer vencer.
Muitas pessoas acham que não podem empreender por não ter tido a oportunidade de estar num emprego que incentive as idéias ou por não ter o próprio negócio. O verdadeiro empreendedor cava as suas oportunidades, não importando as adversidades.
Dá para ser empreendedor vendendo doces, salgados, sucos e refrigerantes? Você deve estar pensando em como poderia atuar na área de marketing da coca-cola e colocar todo o seu "espírito empreendedor" para fazer as vendas deslancharem. E se a situação fosse com um vendedor ambulante desses mesmos produtos? Dá para ser empreendedor vivendo como um vendedor nas ruas? A resposta está em uma matéria de Cleidiana Ramos, publicada pelo Jornal A Tarde em junho próximo passado.
A "Bomboniére de Roberto Baleiro" nome oficial do atual ponto que era a antiga guarita do campus da Ufba pertence a Robertinho, um ex-ambulante que descobriu que poderia prestar um serviço aos seus clientes: anunciar o roteiro dos ônibus que passam em frente e divulgar informações interessantes como a metereologia e resultados esportivos. Robertinho já foi escolhido oito vezes como amigo da turma de Administração, Pedagogia e Ciências Médicas, demonstrando o quanto seus clientes de fato gostam do seu serviço e que ele faz muito mais do que vender seus produtos, ele se torna um amigo das pessoas que ele tem contato.
No começo ele ficava embaixo da mangueira e gritava na garganta. Atendendo ao seu estilo inovador colocou uma caixa de som perto do ponto de ônibus e agora usa um microfone no estilo "Madonna" - aquele que tem um apoio em forma de passadeira de cabelo. Para demonstrar que a criatividade do empreendedor precisa de competência para funcionar e cativar clientes, Robertinho sai de onde mora, perto da Avenida Garibaldi, para descobrir novos itinerários dos ônibus e assim tornar suas informações mais precisas. Robertinho é um exemplo de que o empreendedorismo não está ligado a condição econômica da pessoa e sim na força de vontade de cada um.
O empreendedorismo está diretamente relacionado com a criatividade, o empresário brasileiro que consegue resultado em sua gestão tem que, dia-a-dia, implementar novas maneiras de gerir para conseguir driblar as dificuldades encontradas no mercado interno e externo. Um administrador tem que entender a necessidade de ser empreendedor em sua gestão nas organizações para conseguir os resultados esperados.

2.8.06

De médico e marketeiro todo mundo tem um pouco


Dificilmente alguém não tem uma "receitinha" pronta para algum tipo de dor ou mal estar, é só alguém aparecer com um sintoma similar ao que sentiu um outro dia que a solução está na ponta a língua. Mas não é só os médicos que sofrem dessa concorrência, também os "marketeiros" ou "homens de marketing" (somente como uma denominação corriqueira sem qualquer tipo de preconceito ou machismo, afinal as "mulheres de marketing" são tão, ou mais, fabulosas quanto os homens) tem concorrência das mais diversas possíveis.
Pessoas que em algum momento da vida se sentiram lesadas por terem comprado algo que não queriam atribuem imediatamente a essa ação involuntária ao marketing. Frases do tipo: " - Isso é marketing puro". Poderiam ser traduzidas como: "- Tá querendo me enganar é?", ou " - Nesse papo eu não caio". Atribuindo ao marketing a verdadeira função de poder persuadir as pessoas a fazerem coisas que jamais gostariam de estar fazendo.
Todo mundo tem um conceito pronto para definir o que é marketing. Dificilmente alguém diz que não sabe o que é. Marketing? É fazer propaganda. Marketing? É fazer vendas. Não é que as respostas estejam erradas, marketing é também fazer propaganda e vendas, mas não é só isso. Marketing vai além de fazer a propaganda e as vendas.
Durante um longo período o processo de marketing se confundiu com o de vendas e a maioria das pessoas não consegue dissociar as vendas do marketing. Por essa razão somente consegue enxergar o marketing como uma atividade de consegue fazer qualquer coisa para que o produto ou serviço seja comprado pelo consumidor.Para deixar claro, nem mesmo o papel de vendas nos dias atuais tem essa configuração, o verdadeiro vendedor busca atender às necessidades do consumidor final para que possa, através daquela venda, realizar novas vendas com os amigos, conhecidos e parentes do cliente que adquiriu o produto ou serviço. Aquele vendedor que conseguia "empurrar" o produto no cliente já não mais é visto com bons olhos pelas empresas, as empresas querem o vendedor profissional que sabe identificar o cliente certo para o produto e sabe satisfazer as necessidades desse cliente e isso é fazer vendas sob a ótica do marketing.
Quem é que já não receitou um "paciente" amigo? Nem por isso a medicina deixou de ter a importância que tem e também o resultado dessa "receita" não foi parar no rol de "erros" cometido pelos médicos. Da mesma maneira acontecem com os "pseudo-marketeiros" que tentam solucionar os diversos problemas de marketing com receitas nada convencionais mas os marketeiros acabam levando a fama da mau utilização das ações de marketing nas diversas situações.
O marketing é para ser feito por pessoas que estudam e entendem de marketing, afinal como toda ciência é preciso estudo e experiência para uma melhor aplicação. Isso mesmo o marketing é uma ciência que estuda os fatores e aplica as experiências existentes nos diversos momentos. Mas o marketing não é uma ciência exata, mas uma ciência humana e como tal não pode dar com exatidão os resultados a serem encontrados. É como na medicina, cada caso é um caso, mas existem diversas situações que o prognóstico é o mesmo e a experiência aliada aos estudos fala mais alto.
Afinal, o que é marketing?Para iniciar essa resposta é fundamental que se deixe claro alguns aspectos. O primeiro é a tentativa da tradução do termo para o português onde na década de 50 tentou-se usar a expressão mercadologia ou mercandizar na tentativa de fazer entender que a palavra tinha uma conotação de um mercado em movimento, mas nenhuma das palavras, embora possam ser corretamente utilizadas, ficou sendo utilizada como a própria terminologia original americana e marketing é como todos chamam pelo mundo, inclusive no Brasil.
Para que se exista marketing é necessário que se exista a necessidade e vontade de realizar trocas. Se a pessoa consegue produzir tudo o que precisa para sua sobrevivência em muito pouco o marketing atuará sobre sua vida. É necessário a existência de um mercado onde se possa realizar trocas para que os conceitos de marketing possam ser válidos. Então fica claro que a palavra TROCA tem que estar presente no processo de marketing.
O marketing não é algo isolado. Por essa razão que sempre se afirma que vender somente não é marketing, que propaganda somente não é marketing, e sempre se diz que marketing vai além disso. Na verdade o marketing é feito por um conjunto de atividades. Não se faz marketing com uma única ação isolada, é preciso realizar um conjunto de ações para que se consiga os resultados desejados.
Como um conjunto de atividades o marketing tem como tarefas a introdução, manutenção ou retirada de produtos ou serviços do mercado. É fácil entender a função do marketing em introduzir produtos ou serviços quando analisamos o lançamento de novos produtos/serviços e também não é difícil de entender o processo de busca da manutenção de fatias de mercado existente. Quanto a retirada de produtos ou serviços é que muitas vezes fica confuso o entendimento da função de marketing para essa ação. Mas é simples quando se usa o exemplo de produtos como o cigarro ou a bebida onde o governo faz campanhas, palestras, coloca cartazes em locais estratégicos e apoia centros de prevenção e combate ao uso desses produtos. O que o governo quer? Diminuir, ou retirar o produto de uso no mercado em busca de uma melhor qualidade de vida para as pessoas.
Com isso o marketing tem como objetivo a obtenção do melhor resultado no menor espaço de tempo possível. É importante salientar que o trabalho do marketing não está relacionado diretamente com o lucro em numerários. O lucro pode ser a diminuição de pessoas que usavam drogas, o aumento de fiéis que freqüentam uma determinada igreja ou mesmo o aumento do volume de vendas de uma empresa. O importante é perceber que o objetivo do marketing pode variar em função do tipo do negócio e quem nem sempre estará ligado a dinheiro somente.
E finalmente o marketing tem como finalidade conquistar e manter os clientes deixando-os satisfeitos. Essa é verdadeiramente a essência do marketing. A conquista do cliente engloba o conjunto de atividades e as tarefas do marketing para se atingir os objetivos propostos e a manutenção fecha o elo no sentido de sempre se estar fazendo das ações coisas positivas que façam o cliente retornar sempre satisfeito.
Então pode se montar o seguinte conceito:Marketing é um conjunto de atividades que visa introduzir, manter ou retirar produtos ou serviços do mercado sempre com o objetivo de atingir o melhor resultado, no menor espaço de tempo possível, conquistando, mantendo e encantando clientes.

História de Marketing: Aluga-se Guarda-Chuva

Quem entra em um escritório e se concentra para elaborar ações de marketing, deveria diariamente sair para caçar talentos e idéias que podem ser encontradas bem no meio da rua. São pessoas que criam meios honestos de sobreviver e até mesmo de ganhar um dinheiro extra.
Dessa vez a história não ocorreu comigo, foi com o prof. Venâncio que também leciona marketing e percebeu a fantástica experiência de aprender o marketing com quem faz. Em um dos dias chuvosos em Salvador, o prof. Venâncio estava à porta de um banco e seu carro estava estacionado a cerca de 150 metros. Era possível ver o carro de onde ele estava, mas se ele tentasse correr para chegar até o carro certamente ficaria ensopado.
O professor continuou esperando, mas a chuva não passava; alguns minutos depois uma jovem senhora se aproximou e educadamente perguntou se ele estava esperando a chuva passar. Como a maioria de nós ficaríamos, o professor desconfiou da abordagem mas logo percebeu que não era algum pedinte e respondeu que estava esperando a chuva passar para poder chegar até o carro que estava do outro lado da rua. Educadamente a moça perguntou se ele gostaria de alugar um guarda-chuva, é isso mesmo, alugar um guarda-chuva. Sem pensar, o prof. Venâncio, quase que mecanicamente, disse que não queria, a moça agradeceu e disse que ficaria por alí esperando outros clientes, ou caso ele mudasse de idéia. A chuva continuou sem dar trégua. O professor percebeu que poderia solucionar o seu problema daquele instante e chamou a simpática vendedora que havia oferecido o guarda-chuva.
Prontamente a moça se aproximou e o professor, ainda sem acreditar totalmente na existência desse tipo de serviço, perguntou quanto seria o aluguel. A moça perguntou onde estava o carro, imediatamente o professor apontou para o veículo que estava estacionado do outro lado da rua a cerca de 150 metros de distância. Observando a distância que o carro estava a vendedora disse que o preço seria de R$0,50 (cinqüenta centavos) e prontamente foi abrindo um guarda-chuva que entregou ao professor. Ele foi até o carro e resolveu o problema, ela o acompanhou com outro guarda-chuva, agradeceu pela preferência e recebeu o dinheiro. Como o professor ficou encantado com o serviço resolveu pagar o dobro do valor cobrado.
Como todo estudioso de marketing o professor ficou curioso e perguntou: E guando a chuva parar, qual o produto que você vai vender? A moça respondeu: Quando não está chovendo fico vendendo cartões telefônicos aqui na porta do banco.
É incrível como o brasileiro é criativo.
Nessa história podemos tirar diversas lições de marketing que todas empresas deveriam praticar:
1. Estar no lugar certo, na hora certa com o produto desejado pelo cliente (Vender guarda-chuva em pleno toró é o clímax dessa idéia). A função do marketing é tornar a venda supérflua, ou seja, facilitar ao máximo o processo da venda onde o consumidor não precise ser convencido a levar o produto, mas tenha necessidade de consumir.
2. Permitir que a decisão parta do cliente (se o cliente prefere tomar chuva em lugar de alugar um guarda-chuva, a decisão é dele). Insistir para que o cliente compre algum produto não é uma boa ação de marketing. O cliente que compra algo que não deseja dificilmente retorna.
3. Aplicar um preço customizado (saber verificar a relação custo X benefício). O preço do serviço sempre deve está ligado a necessidade de cada cliente.
4. Encantar sempre. Cliente encantado não paga somente o preço cobrado, mas reconhece o valor dor serviço prestado.